terça-feira, 8 de agosto de 2017

Indicando youtubers estrangeiros



Olá! Bem-vindo ao canal TheAsaGames! Eu sou o Asa e hoje eu quero fazer algo meio diferente do conteúdo que eu geralmente produzo aqui no canal, mas é algo de que eu sinto falta, e talvez vocês também sintam. No caso, eu gostaria de falar um pouco sobre alguns outros canais que eu sigo quando eu quero discutir e entender melhor os jogos e as questões da indústria.

Primeiro, a pergunta principal que eu fiz a mim mesmo é por que falar de um assunto desses. E essa vontade surgiu num momento em que eu percebi que grande parte das pessoas que eu acompanhava quando eu comecei a assistir vídeos sobre jogos não está mais produzindo coisas, ou então mudou o seu conteúdo radicalmente.

Acho que os brasileiros foram os que mais sofreram com isso. Meus colegas dos canais Gameempauta, NewChallengeSeries, Romain e outros já não publicam nada. Aliás, eu voltei ao canal deles só para conferir quanto tempo havia desde o último vídeo e o resultado foi que eu acabei me sentindo muito velho.

Outros canais mudaram um pouco o seu foco, se diversificaram, cresceram e mudaram. Eu conheci o canal do Zangado, por exemplo, naquele tempo das sagas, e hoje o tipo de vídeo que ele mais faz é algo que não me atrai e acabou me afastando. O Ludobardo deve estar muito ocupado com a Fableware, o que é ótimo, mas eu sinto falta dos vídeos que ele produzia e pelos quais eu o conheci.

Vale dizer que eu não estou criticando ninguém por esse movimento de mudar ou de largar a produção para o YouTube. Eu mesmo postava vídeos toda semana e hoje luto para fazer um por mês e, na verdade, acabo fracassando com frequência nessa meta. A vida muda, novos interesses e obrigações surgem e a gente precisa estabelecer prioridades. A verdade é que o YouTube não é a profissão de nenhuma das pessoas que eu mencionei, é difícil viver disso no Brasil e eu não me sinto traído ou injustiçado por isso. A gente escolhe o conteúdo que faz e aproveita as oportunidades que a vida oferece.

Enfim, fora daqui as coisas não são tão diferentes. Ou melhor: as coisas são diferentes, mas os efeitos são mais ou menos parecidos. Os youtubers de língua inglesa que eu acompanhava quando eu comecei hoje fazem algo bem diferente. Se você me perguntasse, há uns 3 anos, quais canais eu recomendaria seguir, eu indicaria principalmente o Angry Joe, TotalBiscuit e Projared, mas a realidade é que esses canais foram lentamente se encaminhando para outros formatos, principalmente o streaming.

O Twitch certamente é uma plataforma mais rentável e segura do que o YouTube, e permite um conteúdo produzido muito mais rápido, em maior quantidade e tão ou mais monetizável que as análises clássicas que esses canais produziam e produzem, embora agora em menor quantidade.

Há muito a ser dito sobre esse novo formato, principalmente sobre o fato de que, aumentando a frequência e o tamanho das produções, o produtor consegue fazer o fã assistir a cada vez mais conteúdo de um único canal e, em última instância, isso o impede de diversificar seus gostos, já que há tanto conteúdo sendo produzido pelo youtuber favorito dele, que acaba sendo difícil dar atenção a outros. Afinal, o dia só tem 24 horas. Mas, isso não vem ao caso hoje.

O fato é que essas mudanças me afastaram dos youtubers que eu seguia quando eu ingressei na cena, em idos de 2012, há quase cinco anos, meu Deus. Felizmente, outros foram surgindo, graças, em grande parte, ao Patreon, que permite que um conjunto dedicado de fãs doe diretamente ao produtor de conteúdo, o qual, assim, consegue meios de se sustentar.

Eu vejo esse modelo mais bem-sucedido com pessoas que fazem vídeos em inglês, em grande parte porque eles têm um público muito maior do que os brasileiros conseguiriam. Afinal, aqui estou eu, no Brasil, pronto para falar de youtubers que falam de países como Irlanda, Inglaterra, Canadá e Estados Unidos.

Além do mar de pessoas que fala inglês como língua materna, eles também dispõem de uma multidão que sabe inglês como segunda língua, o que é quase uma necessidade para pessoas da minha geração que acompanham jogos, já que quase não havia traduções quando a gente começou a jogar.

O fato é que hoje eu praticamente só acompanho youtubers que produzem em inglês, e eu gostaria de indicá-los a vocês, para o caso de vocês saberem inglês e quererem conhecer alguns formatos e argumentos diferentes dos meus. Eu espero que interesse.

Mas, antes de eu chegar a isso, eu gostaria de pedir algo em troca. Não, não é um like ou algo assim. É que você, caso conheça algum youtuber, ou blogger ou um podcast em português que trate jogos de uma forma um pouco mais profunda do que o tradicional guia de jogos de que eu já falei em outros vídeos, por favor, indique para mim e para os outros inscritos nos comentários. Eu não acompanho as coisas em inglês porque eu sou esnobe, mas sim porque eu acabei trombando com eles meio sem querer e ultimamente tem faltado tempo para procurar no escuro. Por isso, eu ficaria agradecido com sugestões.

Dito isso, vamos lá. Eu gostaria de falar brevemente de cinco canais. Eu não pretendo dissecar o método de ninguém aqui, mas simplesmente fazer uma apresentação rápida sobre o tipo de conteúdo que cada um desses canais produz e por que eu o acompanho. Então é uma coisa muito pessoal e incompleta. Se você já conhece algum deles e achar que eu não estou fazendo justiça, fique à vontade para corrigir ou completar a minha fala nos comentários.

O primeiro canal que eu destaco é o irlandês Matthewmatosis. É um canal dedicado a comentários profundos sobre jogos. E, quando eu digo “profundos”, eu quero dizer que ele se dedica aos detalhes das produções, e procura discorrer sem pressa nenhuma sobre como cada uma das peças se integra para formar um jogo interessante.

Não à toa, ele é o responsável por popularizar (e talvez até criar) um formato que eu chamo de “guia”, em que ele passa por parte por parte de um jogo ou de uma série, discutindo a relação entre os diversos elementos que compõem essas obras. São vídeos geralmente muito longos e até um pouco cansativos, mas a quantidade de informação e interpretação obtida é muito enriquecedora, mesmo que você acabe discordando de vários aspectos.

Por conta da extensão dos vídeos, é um canal que tem quase a mesma idade que o meu, mas só tem quase um quarto de vídeos postados. É normal esses vídeos serem muito longos, com alguns alcançando várias horas. No entanto, há informações de todo tipo, então muito pouco ali pode ser considerado filler.

O segundo canal que eu destaco é, para mim, quase um irmão mais novo do Matthewmatosis, e é o canadense Joseph Anderson. O Joseph procura fazer um trabalho muito parecido com o do Matthew, inclusive bem próximo do modelo de “guia”, mas eu o considero um pouco mais metódico, e com opiniões um pouco mais extremadas. Muitas vezes ele me dá uma impressão de que ele pesquisa tanto, junta tantas informações e elementos, que é difícil para ele ver a possibilidade de estar errado. Na lista de youtubers que eu vou mencionar, ele é certamente o que encara o canal de forma mais estritamente profissional.

Apesar de se dedicar muito às mecânicas, eu considero o canal do Joseph mais destacado no quesito história. Acho que ele realmente presta atenção, respeita e procura entender as tramas dos jogos, embora ele também deixe bem claro quando não gosta de algo, sem necessariamente tentar ver um outro lado da experiência. Mas, como eu disse, este é um daqueles casos em que, mesmo quando você não concorda com os argumentos dele, você acaba aprendendo alguma coisa no processo.

O terceiro que eu vou destacar é o canal americano Errant Signal, que para mim, junto com os outros dois que virão, tem um formato bem diferente do “guia”. Eles se destacam pelo formato do “ensaio”, ou seja, eles procuram um assunto específico e tratam dele o máximo que podem, em busca de uma discussão interessante. Em grande medida, eu me identifico muito mais com o trabalho deles do que com os dos dois primeiros.

O Errant Signal é muito mais dedicado a jogos indie do que aos blockbusters de que a maioria fala e, por isso, ele é excepcional quando o assunto é conhecer coisas novas e interessantes. O fato de escolher jogos menores e mais curtos casa perfeitamente com a ideia de fazer vídeos mais breves e com um assunto só, já que muitos indies estão em condições de serem analisados nesse formato, considerando que muitos deles procuram criar experiências altamente concentradas e objetivas, focadas em poucos aspectos. Mas, você também vai encontrar vídeos sobre jogos de publishers; a diferença é que eles serão tratados com um foco muito maior do que os vídeos de “guia”.

A quarta indicação é o canal inglês Mark Brown, que produz a série “Game Maker’s Toolkit”, ou “Caixa de Ferramentas do Desenvolvedor de Jogos”. Também no formato de ensaio, esse canal, além das análises de um jogo só, procura questões um pouco mais gerais, muitas vezes partindo de um jogo só para alcançar discussões sobre gêneros ou mesmo sobre level design ou inteligência artificial, ou seja, mesmo quando o tema do vídeo é sobre um jogo específico, muitas vezes a discussão se encaminha para assuntos muito mais amplos do que o esperado.

A quinta indicação é uma que eu conheci recentemente, o canal canadense Folding Ideas, que tem como foco maior a estrutura de filmes, mas que vez por outra fala também de jogos, e esses vídeos sobre jogos são do mesmo nível dos grandes canais dedicados só a jogos.

Se eu fosse trilhar um espectro desses três ensaístas, eu diria que o Errant Signal é o mais autoral, mais pessoal, e o Folding Ideas é o de tom mais acadêmico, que soa mais como as discussões que você encontraria se um dia houvesse uma discussão ampla sobre jogos na universidade. Já o Mark Brown seria um meio termo.

Os vídeos usam os jogos bem mais como trampolins para questões gerais, e isso é bem interessante para a compreensão de game design, mas talvez não tanto para jogos individualmente.

E essas são as cinco indicações que eu queria fazer. Para fechar, menções honrosas também aos canais Super BunnyHop, que, apesar de interessante, pesa ainda para o guia de compras um pouco mais do que eu gostaria, e também ao Extra Credits, que provavelmente não entrou aqui só porque eu não queria que o vídeo ficasse longo demais.

Por favor, não deixe de indicar as coisas interessantes que você conhece, especialmente se forem em português. E, caso vá conhecer os canais que eu indiquei, me diga depois o que achou. E até a próxima análise!

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